Frequentemente, dizemos que alguém é um santo do pau oco, para nos referirmos a uma pessoa dissimulada, sem conhecer a história que deu origem a essa expressão. “Santo do pau oco” é uma expressão do período colonial no Brasil, época em que Portugal cobrava altos impostos sobre os metais e pedras preciosas explorados em sua colônia. A fim de burlar esse esquema, imagens de santos de madeira oca eram produzidas e “recheadas” com o ouro em pó. Assim surgiu a ideia de uma pessoa com a aparência de falsa santa.
“Break the ice” é uma expressão em inglês com tradução direta em português, “quebrar o gelo”, e tem origem no comércio marítimo. Em alguns lugares, era comum que barcos ficassem presos no gelo durante o inverno. O país de destino enviava barcos menores que conseguiam quebrar o gelo e liberar as embarcações de comerciantes. Deste então, esse gesto se tornou sinônimo de parceria e entendimento entre dois territórios e muitas vezes é usado no início de uma amizade.
Falamos que alguém é um “mad hatter” ou “mad as hatter” quando essa pessoa é completamente maluca. “Mad hatter” (Chapeleiro Maluco) também é o nome de um dos mais famosos personagens de Lewis Caroll em seu “Alice no País das Maravilhas”; entretanto, a origem dessa expressão idiomática (ou “idiom”, no inglês) precede o livro em alguns séculos. Na França do século 17, chapeleiros usavam mercúrio durante a fabricação de chapéus. O envenenamento com o mercúrio causava uma doença que ficou conhecida como “Mad Hatter Disease”, pois o paciente tinha sintomas que o faziam parecer louco.
Outra expressão presente em diversos idiomas é “ovelha negra”. Além do português, também encontramos essa expressão no alemão, francês, sérvio, espanhol, grego, polonês, entre outras línguas. A sua origem está na criação de ovelhas, quando uma ovelha negra ocasionalmente nascia em um rebanho de ovelhas brancas e cuja lã negra não era considerada desejável do ponto de vista comercial porque não podia ser tingida. Outra explicação para seu significado negativo é que, antigamente, existiam algumas crenças de que todos os animais pretos eram maléficos (o exemplo mais famoso dessa crença é o gato preto).
Quando vamos tirar uma foto de alguém, costumamos dizer “olha o passarinho” para conseguir que a pessoa sorria na foto. Essa tradição teve início no século 19, com a invenção da fotografia. O processo era demorado e tedioso porque as pessoas deveriam ficar imóveis por até 15 minutos para obter um resultado satisfatório. Foi aí que alguém teve a ideia de colocar uma gaiola de passarinho atrás da câmera, para entreter as crianças e fazer com que ficassem imóveis por mais tempo. Nos Estados Unidos, também se usou uma estratégia semelhante, porém com pássaros de brinquedos, que deu origem à expressão “watch the birdie!”.
E o que você achou da origem dessas expressões? Já conhecia ou adivinhou a história por trás de alguma?
Acesse outros conteúdos:
Mulheres na tradução: Rachel de Queiroz!
Dia nacional do livro didático!
Alguns idiomas correm o risco de desaparecer