Henry Copper, interpretado por Sam Claffin (conhecido por filmes como “Jogos Vorazes” e “Como eu era antes de você”), é um escritor inglês malsucedido. O livro que ele passou cinco anos escrevendo está encalhado nas estantes de livrarias em todo o Reino Unido. Exceto no México, onde o livro ocupa o primeiro lugar da lista dos livros mais vendidos, é um verdadeiro ‘best seller’.
Sua editora não perde tempo em tentar capitalizar esse sucesso e o manda para uma turnê no México, onde ele finalmente conhece a tradutora que traduziu o livro do inglês para o espanhol. María Rodríguez, interpretada por Verónica Echegui, uma atriz espanhola conhecida por papéis em “Trust” e “Estás me matando, Susana”, é uma mãe solteira e tradutora nas horas vagas.
Quando os dois se conhecem e começam a turnê do livro no México fica muito claro para Henry que o seu livro foi traduzido bem livremente por María.
** ATENÇÃO PARA SPOILERS A PARTIR DESSE PONTO! **
María fez mais do que traduzir o livro de Henry para o espanhol, ela o reescreveu completamente. Cortou descrições longas e desnecessárias, adicionou personagens, subtramas, alterou o enredo e, principalmente, tornou o livro muito mais picante do que a versão original, onde os personagens principais mal interagem.
A princípio, Henry fica furioso com as liberdades tomadas por María, mas a verdade é que ela torna o livro mais interessante e fica muito claro que, sem ela, o livro não seria um sucesso. A editora resolve então relançar o livro na Inglaterra, porém usando a versão em espanhol de María (que ainda é creditada ao Henry). E encomenda uma sequência para o primeiro livro escrita pelos dois.
O que se segue é o enredo comum a esse estilo de filme, os dois se apaixonam enquanto trabalham juntos, mas alguns mal-entendidos e sabotagens podem atrapalhar esse romance. Vou deixar que você assista o filme e confira como tudo termina!
“O Livro do Amor” (Book of Love, no original) está disponível no streaming da GloboPlay para assinantes do pacote Telecine e é uma comédia romântica leve e envolvente. Um bom filme para terminar o final de semana ou para uma tarde chuvosa.
Mas será que o que María fez com o livro de Henry está correto? Poderia um tradutor tomar tantas liberdades de forma que o livro traduzido nem se parece com o original?
Bom, a resposta é um pouco óbvia: não!
Cabe ao tradutor transmitir a mensagem original do texto tão fielmente quanto possível. Por vezes, isso significa alterar um pouco o nome de alguns personagens ou exercer um pouco de liberdade criativa na tradução de lugares fictícios. Como exemplo disso, temos os livros de Harry Potter, em que Bill Weasley virou Gui Weasley e as casas de Hogwarts ganharam nomes mais fáceis e compreensíveis no português.
Assim:
Gryffindor virou Grifinória.
Slytherin virou Sonserina.
Hufflepuff virou Lufa-Lufa.
Ravenclaw virou Corvinal.
Notem que a tradutora buscou manter a origem e sonoridade das palavras originais, mesmo exercendo um pouco de sua liberdade criativa na tradução.
Apesar de ter sim um pouco de liberdade criativa para adaptar o texto ao novo idioma, o tradutor não pode mexer na estrutura do texto de forma que o descaracterize. A ideia não é entregar um texto novo ao leitor, e sim fazer com que o leitor entenda a mensagem que o escritor queria transmitir, mesmo quando os dois (leitor e escritor) não falam o mesmo idioma.
Manter a fidelidade da tradução é essencial, independentemente se estamos falamos de uma tradução literária ou a tradução de um contrato e os tradutores da Aliança Traduções são profissionais capacitados que entendem as nuances desse ofício. Entre em contato para saber mais sobre como podemos ajudá-lo com as suas necessidades de tradução (atendimento@aliancatraducoes.com.br).